A queda de Jó

Eu penso todo dia em um fim que nunca chega

Sozinho eu me arrasto para chegar à superfície

O destino é um acaso que brinca com a vida

Pobre de mim que nunca irá viver até a primavera

Pois o outono é um agouro

Da morte que virá no inverno

O murchar de minhas veias

O cessar de minhas dores

Olho para os céus e peço ao pai

Que acabe com esta dor

Mas ele me diz que tenho que ser forte

Resistir a todo o ardor

Amaldiçôo meu nascimento

Minha presença neste mundo

Algo como eu tão incompleto

Que vive de um modo tão sujo

Eu fui levado pelos caprichos

Eu deixei de amar muitas pessoas

Agora estou abandonado

Não tenho mais lágrimas para chorar

Não vejo a hora de partir

Deixar esta casca, esta vida.

Ir embora com meu pai

Deixar este mundo encardido

Pois o outono é um agouro

Da morte que virá no inverno

O murchar de minhas veias

O cessar de minhas dores

Álvaro Volkhadan
Enviado por Álvaro Volkhadan em 26/05/2009
Código do texto: T1616637
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