A Rebelião da Alma

Confusas são estas linhas,
pois, iniciadas em busca de poesia, 
encontrou-se filosofia.
Escritas em meio a profundo desejo de paz,
ainda assim, às vezes pressente-se
um destino que não se quer aceitar.
Teme-se uma rebelião da vontade,
teme se iludir, teme falhar.
O velho ego abre as portas do inconsciente
à vontade presente e quer rebelar-se.
Respeita-se o cotidiano,
mas o desejo de liberdade da alma
às vezes o torna insuportável.
Dor de uma ferida que se pensava oculta,
mas que surge como exposta.
Sente-se toda a dificuldade de construir,
já se sabe como é fácil destruir.
O despertar do espírito
cria dificuldades
cada vez maiores com o dia-a-dia.
Por vezes é tamanho o desespero,
que deseja-se que Deus
desfaça sua criação.
Isto demonstra
que saber intelectual
não traz saber emocional automaticamente.
Somente a ignorância
pode fazer assim se desejar.
Isto, de alguma forma, é um álibi,
é meio de esquivar-se da dor.
Deus é eterna lei de construir,
é criação viva em expansão,
é eterno frutificar.
O destruir é momentâneo, é efêmero,
mas como é difícil viver isto...

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 27/05/2009
Código do texto: T1617643
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.