TREVAS!

Trevas! Trevas! Trevas!... um silencio ensurdecedor perturba a minh’alma.

Apenas o som dos remos a mover sem ânimo as águas deste mar... de solidão.

Não sopram os ventos,

Não se erguem as ondas,

Não se movimenta o mar,

Não se levanta o sol.

Por uma ruptura no negro tecido espaço-temporal contemplo o nosso tempo, nosso continente...

Pretérito perfeito!

Hoje,

Só marcas...

Só lembranças...

Só ausências...

Só saudades...

Cronos adversário cruel, veloz, agora se diz meu amigo, teima em ficar, parado, estagnado diante de mim.

Por trás de seu sorriso, o escárnio:

Não Há! mais segundos,

Não Há! mais minutos,

Não Há! mais horas,

Não Há! mais dias,

Não Há! mais amanhã,

Não Há! mais esperança.

Só ................................hoje!

Eterno ..........................hoje!

Trevas eternas do ........hoje!

Nebuloso .....................hoje!

Tenebroso ....................hoje!

Enfadonho ...................hoje!

Melancólico ................hoje...

Que pesa,

Que abate

Que acorrenta

Porque é só meu,

Porque é teu ontem,

Porque não é nosso

Eu quero o amanhã,

Eu quero tua luz no amanhã,

Eu quero a esperança do amanhã,

Eu quero te encontrar no amanhã...

Quando a aurora raiar,

Quando o sol brilhar,

Do outro lado do mar.

Então o amanhã será nosso

Para sempre...