tentar novamente

Está tudo errado.

Sentidos tortos.

Palavras grogues.

Semânticas oblíquas se apoiando

nas paredes imaginárias

da razão.

Está tudo errado.

Horizonte finito.

Sol frio.

Chuva árida.

E muita culpa ao alvorecer.

Um cadáver revela alguma

vida que se foi

Rastros revelam caminhos trilhados

Passos que expressam futuros imprecisos.

Tropeços banidos pelo esquecimento

Nas reticências contidas em

entrelinhas sub-reptícias.

Há silêncios entre palavras

Há palavras entre silêncios

Está tudo errado.

Nada está como deveria ser.

Nada é como deveria estar.

Geografia e essência não se encontram.

Som e imagem não incidem na mesma cena.

É hora de guerra íntima.

silente e secreta.

Mortes que assinam por mortes.

Vivos que assinam por outros vivos

Que apenas logram em sobreviver...

Sub-viver.

Está tudo errado.

O poema.

A poesia.

A tristeza

Do verso do anverso.

Que pertencem à mesma moeda

Que trocam estórias por ilusões.

Que trocam seres humanos por

sensações.

Está tudo errado

Estatísticas

Margens de erro

Falhas na recepção

Da onda do satélite

A inexplicável coincidência

Entre ser e estar.

Tudo erra

enquanto errar

É poder tentar novamente.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 02/07/2009
Código do texto: T1679557
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