O Medo

O meu grito é um adeus.

Na rua arrependida,

Pisantes carregam a solidão.

Saltam de uma mente para outra,

Sem perceber a profundeza.

Os olhos, vazios, emperrados.

A boca, um gosto amargo,

Palidamente vertiginosa.

Descortinado está o pátio,

Abrigando uma névoa sombria,

Desgastante e ofegante.

O medo já não é inimigo

- Se instala em redor

E se acovarda na esquina.

Passa longe da neve

E esmorece perto do sol.

São Paulo, 13 de julho de 2009.

Marcela de Baumont
Enviado por Marcela de Baumont em 15/07/2009
Código do texto: T1701065
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