O Medo
O meu grito é um adeus.
Na rua arrependida,
Pisantes carregam a solidão.
Saltam de uma mente para outra,
Sem perceber a profundeza.
Os olhos, vazios, emperrados.
A boca, um gosto amargo,
Palidamente vertiginosa.
Descortinado está o pátio,
Abrigando uma névoa sombria,
Desgastante e ofegante.
O medo já não é inimigo
- Se instala em redor
E se acovarda na esquina.
Passa longe da neve
E esmorece perto do sol.
São Paulo, 13 de julho de 2009.