Somente Só
 
Na solidão o aconchego
de encontrar-se consigo. 
Por um instante
a paixão pelo ego.
Domina-lhe caprichosa preguiça,
deixa a imaginação
divagar por romances ilusórios.
Abandona de vez
as paragens do cérebro
para abrigar-se
na caverna de seu coração.
Despreza a razão,
convida para uma dança
seus sonhos cheios, coloridos encantos.
São ilusões
que pensam-se histórias.
É o burilar dos inquietos
e tolos sentimentos
atordoando a inflexibilidade
e a falta de tato com as emoções
da sua natureza masculina.
Ocultando suspiros
que talvez não desejasse ter.
Acusando-se e
defendendo-se de culpa.
Tentando empreender
uma bem planejada fuga,
mas sentindo atração
por novamente voltar.
Escondendo-se,
mas tendo vontade de ser encontrado,
perdido em meio a doces conflitos.
Duvidando de tudo,
mas querendo ter
as mais sagradas certezas. 
Tentando despertar a razão,
mas só observando
que esse momento presente
será amanhã apenas
reminiscências do passado.
 

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 07/08/2009
Reeditado em 15/08/2009
Código do texto: T1741778
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