Como Borboletas

Seguindo os seixos do caminho,
Inundo-me nas imagens contempladas.
Seja eu quem for, neste momento,
Desconheço as essências que me permeiam,
As querências que a mim povoam, num intento
De torpes sensações e devaneios que semeiam.

Estou fugindo do ser que em mim habita,
Das armardilhas inventadas pelos sentimentos.
Se hoje sou o ser que desejaria,
Certamente, que ainda não me descobri.
A algum lugar eu sempre me deixaria
Alada, como as borboletas que eu vi.

Andarilha pelas flores e seus perfumes.
Um quê desponta ao longe, no horizonte.
Graça de tudo e ao mesmo tempo de nada,
Onde o sorriso é apenas a máscara que visto.
Esconder a face, que de lágrimas, encharcada,
Junto às borboletas, nessas paragens, existo.