DESTAS MÃOS DESERTAS

DESTAS MÃOS DESERTAS

Carmo Vasconcelos

Destas mãos desertas

transpiram cansaços

de noites despertas

por rotas incertas

vazias de abraços.

Destas mãos sozinhas,

as linhas cruzadas

gemem ladainhas,

quais cantarinhas

de asas quebradas.

São linhas e linhas

na pele gravadas...

Veredas velhinhas,

ruas estreitinhas,

cruzes acartadas.

Tua mão aguarela

nas minhas pintou

mais uma ruela,

mais uma viela

que o tempo fechou.

E quando moinhas

saudosas me acodem

dessa mão nas minhas...

Minhas mãos sozinhas

logo para ti fogem.

Carpindo lamentos,

paixões deslaçadas,

desse e doutros tempos…

Sepultam momentos

nas linhas traçadas!

***

Carmo Vasconcelos

In E-Book “Despida de Segredos”

***

http://carmovasconcelos.spaces.live.com

Carmo Vasconcelos
Enviado por Carmo Vasconcelos em 05/09/2009
Código do texto: T1794619
Classificação de conteúdo: seguro