Ribanceira

Como se fosse um abismo

Onde cai uma rocha vazia

Sinto meu peito como um penhasco

Por onde rola essa poesia

A rocha bate e rebate no solo

Meu peito cola e descola no tempo

O impacto da pedra sem rumo

Apenas desfaz mais rápido o tormento

Bate, rebate, pula e rola

Vem chegando a hora do fim

Dança, gira, balança e sonha

Meu coração foge de mim

Volta, não quebre ao final!

Suba, ressurja do pó que restou!

Venha encher meu peito de novo

Faça brotar esta flor que murchou

Floresça na rocha o que é vivo

Jogue no abismo o que não existe

Descubra em meu ser o que é novo

Jogue no nada tudo o que persiste

Como se fosse um abismo

Por onde cai uma rocha vazia

Sinto meu peito como esta pedra

Que um dia se desfaz, em poesia

Luciane Favero
Enviado por Luciane Favero em 09/09/2009
Reeditado em 13/11/2012
Código do texto: T1801064
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