QUE SOLIDÃO

Ah, que mão! Que faísca!
Que sopro poriam em comoção
o vulcão que dorme em meu peito?!
Quem me viria despertar?
Quem deveria descobrir sob
o peso de suas próprias cinzas?!
 
Ai de mim! Que solidão!
Jamais minhas mãos
apertariam uma a outra.
 
Jamais seria permitido contemplar,
a não ser de longe, como se dá
com as estrelas, o fulgor de um olhar.
Jamais hálito algum viria
confundir com meu.
(Graciela da Cunha)
12/10/09