ALMA PENADA

Janela aberta

Rua deserta

Solidão

Não há que ser

Assim enfadonho

Um dia que começa

Assim medonho...

E penso que

No horizonte

Um sol vermelho

Entre esparsas nuvens

Nasce espelho

Espelho meu

Que me prepara

Um apogeu

Às rugas

Da cara

Tão cara à vida

Que escorre

Entre os dedos

E morre

Arfante morre...

Fecho a janela

À tramela

Recolho-me

À existência oca

Sem reagir

À passos largos

Tomo uns tragos

Mais um

Mais uns

Perco a conta

Dia de noite medonha

Alma em pandarecos!

* * *