Uma luz acobreada

Uma luz acobreada,

Ruas estreitas de pedras prateadas,

Casas velhas de tristes arquiteturas,

Mas vozes felizes e sujas as habitam,

Uma cabeça a procura de vida e vinho,

Noites,cantigas e fugas.

Entender,produzir ,vencer,

Tudo morto naquelas ruas ao luar,

Onde seios,pernas e desejos,

São o essencial.

A fútil e bela felicidade impera,

O mal se regenera,

A dor cansa,

A lucidez descansa,

A sutileza se ignora,

A memória vai embora.

O sexo, o álcool,

Modificando e transformando nossa moral.

O descriminado nos acolhe,

Acaricia-nos,

Respeita-nos,

Dentro de um quarto,

De paredes morfadas,

Lençóis galados,

Uma noite de triste prazer.

O sol nasce,

A vida dorme,

O mundo acorda sem respirar novamente.