Sopro de ironias

Ando por madrugadas solitárias,

Fujo até da sombra do meu pensamento...

E nas sombras me escondo do torpe vento

Que lhe traz de volta em sopros de ironias

Brisa que espalha versos não revelados...

Ânsias matinais de amor e ódio voraz

Arranca-me a alma e joga ao tempo fugaz,

Prados das manhãs invernais congelados

Num semblante tão pálido e já sem vida...

Eu que não queria mais lembrar toda noite,

Todo momento em lembro do doce açoite

Caminho sobre esta lembrança cálida

Fúteis pesares... Nobres contentamentos...

Que se inflamam no mais profundo silêncio

Somente esperando amanhecer sem vestígio

Do torpor do pranto de uma alma em fragmentos.

Lançado no torpe tempo a própria sorte...

Quem sem direção caminha sempre errante,

Fora amigo querendo ser pleno amante

Quem não alcança a vida e nem mesmo a morte...

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 01/01/2010
Código do texto: T2005986
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