DESAMPARO


Deixo-me ficar no mais vil esquecimento,
Que em mim, torna-se um terrível fardo.
Enquanto olho teu retrato, em pensamento,
Levo a alma ao passeio, que hoje tardo.

Canto sem pensar nos amanheceres que aguardo
Por horas, nas noites que findam, ao relento.
Lágrimas principiam nos olhos - retardo.
Ah! Como a outrora envaidecia-me ao vento.

Abandono-me de forma infantil - reinvento
À essência das folhas secas que guardo
Na sutil esperança de regatar-me - tento.

Perante o precipício, em que me acovardo,
Vou divagando na poesia que alimento
Dias de solidão, em que me resguardo.


Eritania Brunoro
Enviado por Eritania Brunoro em 01/02/2010
Reeditado em 19/06/2010
Código do texto: T2062361
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