O POETA SEM APLAUSOS

Palmas ao pintor capaz de retratar a cena externa

E a voz suave na taberna, que alivia a dor dos ébrios

Aos acordes diversos, pacificantes duma alma que algo espera

E a pura água da tapera, que mata a sede por seus méritos!

Palmas à divina aquarela que proíbe um novo dilúvio

E ao improviso de um desanuvio que diz amar uma visão

À providencial canção, capaz de abrandar um soluçante vesúvio

Ao bem estar solúvel, mesmo no cálice da aflição!

Palmas ao romance escrito com criatividade

À teatralidade que revive tantos realismos com toda exatidão

Ao transplante do coração, que permite a mesma funcionalidade

Aos poetas de verdade e sua linda capacidade de descrever a emoção!

Palmas para a arte e a todo aquele a quem ela enamorou

Palmas que a mim não dou, devido à forma que me sinto

Não declamo por instinto e algo distinto meu poema não achou

Posto que não consigo ser ator - até mesmo nos versos em que minto!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

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Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 04/02/2010
Reeditado em 07/07/2013
Código do texto: T2069204
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