DESPEDIDAS...

‘As cores vibrantes

Das dores da vida, fortes,

Marcam despedidas.’

As que ocorrem abruptas

Com tintura de sangue

Ferem mais a alma que a carne

Deixa um vazio profundo

Pela brutalidade que ocorre

Como corte de navalha

Aí a solidão se instala

Lembranças machucam

Ao recordar dedicações

O sofrimento da angústia

Açoita a mente saudosa

No despertar dos horrores

Porque o que era belo

Transgrediu no percurso

E ganhou contornos diversos?

Perguntas não calam...

Perseguem nas horas insólitas

No desvio do caráter doentio

São marcas... Cicatrizes abertas

Feridas do tempo... Das chagas

Calvário que volta em revolta

A buscar sentido no absurdo

Todo seu mundo se cala...

Corpo prostrado inquieta

O que não deu certo?

Olhar para o céu quieto

Nuvens que mudam de lugar

Pensamentos vivos ao ar

E ainda o vazio a cobrar...

No fundo só melancolia

Instalada reclama saída

Nascida daquela despedida...

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 14/02/2010
Código do texto: T2086120