“Toca telefone”

(Luiz Henrique)

Toca telefone
Pois não há sono a despertar
Toca, inda que seja para espantar
A mudez imperativa e absoluta
Desse silêncio que se fez monástico
Não há paz – já que não há luta
A alegria de tão frugal e resoluta
Cabe com folga em sorriso estático

Toca telefone
Seja na páscoa, ano novo, natal
Aniversário, finados ou carnaval
Para boa ou má notícia, seja o que for
Um telefonema rápido ou lento
Fale do bbb, da guerra ou do tempo
Porque o som da tua voz me é consolador
Mesmo que evitemos falar do nosso amor



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