AINDA TE ESPERO

Na imensidão d'um negro mar
Nervosas águas a bailar
A morna vaga me alucina
O meu pensar longe passeia
Onde estarás, linda sereia?
A solidão punge, ferina...

Num triste barco, em rumo incerto
Meu coração de amor deserto
Navegador, procura alento
Sentindo o frio da sombra enorme
- saudade e dor -, tenta e não dorme
Deixaste o teu olor no vento

As madrugadas passo aflito
Já não suporto mais o rito
De contemplar, sozinho, a Lua
Dentro de mim, tu és tão viva
Aportarei, somente, diva
Quando disseres: eu sou tua!