ALMA EM FADIGA
‘O mar agitado.
Netuno que se agiganta
Com ar de revolta.’
Nada mais importa à sua volta
Estás seco por dentro e por fora
Nem a lágrima mais escorre...
Viraste uma terra árida!
Nem a dor incomoda e machuca
Nada te maltrata ou desacata
Estás inerte, insosso e frio
N o coração... Imenso vazio
A vida oscila no fio da navalha
Se achas perfeito rebotalho
Onde e quando tudo parou
Como foi que isso ocorreu
Qual horror que te paralisou
O chão abriu e te engoliu
Quando e em que local aconteceu
Em que raios você se meteu
E esse olhar perdido
Sem brilho! Opaco!
E aí? Não vais reagir?
Chama a explosão de Netuno
E arranca esse fardo maldito
Com a força de teu grito
Antes que a morte soturna...
Te leve ao sono profundo
Onde não há lugar para sonhos
Num oceano de impossibilidades
Que impeça retomar o rumo
E sepulte de vez o teu riso
Hildebrando Menezes