ALMA EM FADIGA

‘O mar agitado.

Netuno que se agiganta

Com ar de revolta.’

Nada mais importa à sua volta

Estás seco por dentro e por fora

Nem a lágrima mais escorre...

Viraste uma terra árida!

Nem a dor incomoda e machuca

Nada te maltrata ou desacata

Estás inerte, insosso e frio

N o coração... Imenso vazio

A vida oscila no fio da navalha

Se achas perfeito rebotalho

Onde e quando tudo parou

Como foi que isso ocorreu

Qual horror que te paralisou

O chão abriu e te engoliu

Quando e em que local aconteceu

Em que raios você se meteu

E esse olhar perdido

Sem brilho! Opaco!

E aí? Não vais reagir?

Chama a explosão de Netuno

E arranca esse fardo maldito

Com a força de teu grito

Antes que a morte soturna...

Te leve ao sono profundo

Onde não há lugar para sonhos

Num oceano de impossibilidades

Que impeça retomar o rumo

E sepulte de vez o teu riso

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 05/03/2010
Reeditado em 06/03/2010
Código do texto: T2122013