Sangue de cobra
O vento sopra cortinas
Rangidos de paredes
Estalos de móveis
Algumas noites são quentes
Janelas abertas
A gente dorme sobre os lençóis
Aqui é um lugar
Não vai deixar de ser
Hoje ou amanhã
Tem pés mas não anda
Tem olhos mas não vê
Tem coração mas não ama
Não existe céu para gatos
Não existe céu para cachorros
Não existe céu para amigos
A gente olha para dentro
Não há nada
Além da maldição eterna
O silêncio gruda na alma
O prazer carrega
A carne para o inferno
Tem boca mas não come
Tem ouvidos mas não ouve
Tem nariz mas não cheira
O tempo esta florindo
Em volta da casa
E as coisas estão morrendo