Solidão que corta a alma

Solidão cruel

Que entra como vento rasteiro

Desvastando tudo

Como ventania desleal

Não há para onde fugir

Pois ela está no amago

Nos seus mais profundos segredos

Solidão cruel

Que toca a carne

Procurando dilacerar por onde toca

Roubando o ar dos pulmões

Roubando o bater do coração

Solidão cruel

Não perguntou se eu permitia

Permitia ser usada por você

Apenas entrou porta a dentro

E me tornou refém de você

Refém de seus toque amorais

Solidão cruel

Que busca na tristeza sua força

Que busca nas lágrimas sua alegria

Paradoxos que se completam

Paradoxos que se cruzam

Não há saida para ela

Solidão cruel

Entrego-me a você

Mesmo com o rosto banhado de lágrimas

Não fugirei

Viverei seus momentos de angustia

Seus desvaneios

Suas dores

Para poder renascer igual a fenix das cinzas

Para pode andar a diante

Não posso temer por mais que doa

Pois há um objetivo maior

Há desejos maiores

Que não nos pertencem

Mas sim aos deuses que estão em delirios

Torcendo para o nosso fim

Torcendo para as nossas dores

Solidão leva-me com você

Pois quando eu voltar

Não vou mais querer saber de você

Não vou mais me preocupar com você

Pois a cada momentos me torno mais você

Pois a cada momento deixo de ser eu

E me torno algo desconhecido

Completo de dor e mistério

Solidão seria meu nome

Deserto árido

Vazio...

Morto para a vida...

Morto para o amor...

Morto para si...

Solidão cruel

Rindo em seus desvaneios

Fazendo-me ajoelhar em seus pés

Em minha loucura...

Na espera de um sinal

De algo para curar a dor

Dos tempos perdidos

Loucura que toma a consciência...

Solidão cruel

Você me rouba a vida

Você me torna apenas mais uma fantoche

No jogo

No seu jogo me torno um peão

Preste a perder a partida

Prestes a cair

Solidão cruel

O que você ganha com tudo isso?

O que você ganha com a dor?

O que você ganha com a angustia?

Não existem respostas

Apenas o silêncio sacro...

Bruxa do Silêncio
Enviado por Bruxa do Silêncio em 24/03/2010
Código do texto: T2157150
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