Solidão, apenas tu!

Solidão, afinal, vieste a mim...

Companheira de muitas lutas,

Amiga de tantas intempéries,

Que nunca me abandonou;

Que me viu nascer, crescer e viver,

Para estar sempre a meu lado...

Como uma sombra me acompanhando...

Velando meu sono, regando minhas dores...

Multiplicando cores, para me fazer sonhar...

Solidão, anteparo do amor, que não veio...

Do amor que parecia meu,

Jurou-me fidelidade eterna,

Mas não ficou a meu lado...

Deixou-me perecer sangrando,

Quando tudo parecia belo...

Quando tudo prometia afeto,

Quando tudo se fazia pleno...

Solidão, amiga incondicional

Que dorme a meu lado, afaga meus versos...

Faz amor comigo na imaginação, apenas...

Solidão, pedaço do anteparo de minh’alma,

Que buscou pela vida um pouco de carinho

E acabou bebendo só deste doce vinho...

Solidão, não és feia, ao contrário, és bela,

Pois és virtude na plenitude do real...

Vives comigo, noite e dia, mostrando-me,

De uma maneira só sua, que és Poesia!

Às 21:46 do dia 24/03/2010