A perda

E já não preciso saber muito ou mais sobre mim mesmo.

Da serenidade dos votos sinceros, há muito não sinto a ternura.

Vejo o tempo passando, indiferente ao que penso ou sinto,

o amor diariamente escapando, e eu perdido nesse labirinto,

deixado sem pistas, sem velas, no escuro instante da procura.

E já não preciso saber muito ou mais a qualquer respeito.

Das estratégias conhecidas, as guerras foram vencidas, superadas.

Mas os momentos seguintes exigiram muito mais conhecimentos

e a sabedoria, escassa, abandonando meus pensamentos,

sucumbiu aos interlúdios de ações fugazes, despreparadas.

E já não preciso saber muito ou mais das razões de antes.

Quando o motivo principal foi perdido o que está em volta não satisfaz.

Não importa mesmo o que eu venha a saber ou o que eu faça,

quando minhas conquistas são lúdicas e meu viver tão sem graça,

porque o que o que perdi, hoje eu sei, não encontrarei nunca mais...

EYES WITHOUT A FACE
Enviado por EYES WITHOUT A FACE em 28/03/2010
Reeditado em 28/12/2012
Código do texto: T2164213
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