Quando sou o que escrevo

São essas as palavras que desperdiço, buscando algum consolo.

São esses os versos que se arrastam numa rotina prévia e inalterada,

ecoando exaustivamente o mesmo contexto parco e indisposto,

construindo solilóquios ausentes do âmbito de todo o bom gosto,

em páginas que ficam esquecidas sob o pó da memória empoeirada.

As velhas queixas de um sempre que se repete a cada dia.

A solidão inspirando cuidados com a própria falta de companhia.

E os devaneios concisos, traduzindo frustrações e ansiedades,

vertendo poesias dispersas num mesmo porquê das ambiguidades,

que carregam impasses que defrontam o amor com a apologia.

São essas palavras inaudíveis, silenciosas e igualmente tão caras,

as mesmas que me revelam a quem insiste em desconhecer-me...

nelas estão contidos os vestígios do que é impróprio às claras,

nelas, exatamente quem sou... para saber, basta ler-me.

EYES WITHOUT A FACE
Enviado por EYES WITHOUT A FACE em 28/03/2010
Reeditado em 31/12/2012
Código do texto: T2164224
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