Muito mais do que aparento

Encho-me de vazios porque muito é o que me cabe ainda.

Sombrios espaços de meu esquecimento, lacunas inevitáveis.

Transtornos inadequados à imensidão de tantos anseios,

que percorrem meus pensamentos como se fossem os únicos meios,

viáveis acessos guiando meus passos à abismos largos e profundos...

Vagueio entre o que vivi e aquilo o que nunca posso.

Cultivo solidões abstratas numa realidade distinta e concreta.

Meu reino é perdido no tempo, ignora limites, derruba os muros.

Minhas posses estão além do que escrevo, na transparência,

nos breus mais escuros...

Sou parte de um amor que governa e que por mim é governado.

Sou todo para quem amo e sou inteiro, enquanto amado.

Sou aquele que vive a eternidade que está além,

muito além desses mundos...

EYES WITHOUT A FACE
Enviado por EYES WITHOUT A FACE em 24/04/2010
Reeditado em 31/12/2012
Código do texto: T2216011
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