Ilusões estagnadas

Quisera eu ser o senhor de tantas casas,

onde habitam somente os costumes de uma rotina que desconheço.

Porque pertenço a tantas idas e vindas, e estada quase nenhuma,

e às vezes, cansam-me as andanças por esse mundo, sem paradeiro.

Talvez porque todo homem tenha a necessidade de um lugar

onde descanse em paz num único travesseiro...

As conquistas tiveram sabores diferentes,

mas a esta altura já não condizem com meu sentimento.

O que vi, onde fui, o que experimentei... disso eu sei.

E nisso, eu que já soube tanto, não vejo mais contentamento.

Ilusórios todos os mundos que estão lá fora,

quando é para dentro de mim que sempre volto, o meu abrigo.

Efêmeros olhares e sensações que se desfazem,

tantos lugares distantes, que às recordações nada trazem,

senão os mesmos fatos em razões desordenadas.

Frustrado, sou eu o senhor de coisa nenhuma,

perdendo diariamente o próprio desejo sob a densa bruma,

imerso no vazio de ilusões estagnadas...

EYES WITHOUT A FACE
Enviado por EYES WITHOUT A FACE em 24/04/2010
Reeditado em 29/12/2012
Código do texto: T2216024
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