Do que me dói...

Não me dói mais a ausência.

Dói-me a falta.

O vazio que deveria ser preenchido,

Mas que teima em manter-se abrigo de um nada frio.

Não dói-me o passado.

O caminho que não foi trilhado.

Dói-me o caminho fácil

Os amores [hoje] tão banalizados.

Dói-me o abraço apertado.

Inaugurado pelo anseio do peito.

Que as palavras exprimem num abraço calado.

Dói-me escrever.

Quando só o que desejo

é viver.

Dói-me ter que esconder.

Por não ter a fórmula e [poder]

simplesmente resolver.

Enfim,

dói-me,

e quase mata,

esse concreto que deveria me facilitar o caminhar,

mas que só faz [me] ilhar.

Bella Dona
Enviado por Bella Dona em 03/05/2010
Código do texto: T2234216
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