silencio

olhe, eu nunca disse como seria,

essa vontade de chorar é dolorosa,

essas batidas consequentes do desespero,

e o medo de voltar pra casa sóbrio,

nem eu me aguento nas paredes,

é essa estranha insesatez que a solidão me causou,

sou tão balançante e lúcido,

que a quaquer momento posso ver,

um minuto de silêncio,

antecedendo um segundo de explosão,

e quem vem julgar minha morte?

só queria saber antes de gritar teu nome,

e saber se amar é mesmo pecado,

os maoires diziam que Deus sempre perdoa os pecados,

por isso errei tanto pra amanhã ter a certeza que existrá um perdão.

olhe, não me venha com justiça,

esse nome não existe no país dos cegos,

nem mesmo meus cabelos de tão novos me tiveram felicidade,

se tornaram brancos antes do dia acabar,

era loucura de ser tão velho,

quando nada mais fazia sentido,

no meio dos escombros,

estava a tua procura,

não entendi o teu lado,

de achar que eu era um peso,

um desespero que você não passou,

e que antes de explodir,

pediu a todos um minuto de silencio.

Marcos Pagu
Enviado por Marcos Pagu em 29/06/2010
Código do texto: T2347815
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