solidão
preso, refugiei-me dentro do escuro,
dentro do meu ser social,
entre todos eu me espelho,
entre ela e eu, me condeno,
fico a um passo do abismo,
cair não posso dinovo,
já fiz isso uma vez,
no abismo que construi,
eu e Deus,
passei de todos,
pedi a morte em uma taça de vinho,
tomei conhaque pra satisfação pessoal,
previ meu passado,
era minha unica qualidade visivel,
sem contar que algumas vezes,
esquecia meu dom,
e me tornava um ser vegetativo,
e só respirava pra tentar achar teu perfume,
e quando achava me perdia do mundo,
esquecia da dor forte,
apunhalada em dois dedos e meio de coração,
em um espaço maior,
enlouquecia,
e jurava secretamente te amar ao infinito,
para que aquilo acabasse em ti outra vez,
e eu solitário pedi pra voar,
e esperar o sol se por,
mas eu estava preso ao solo,
a gravidade pesava meu corpo,
e o teu corpo não sentia o meu,
o meu era submisso aos traços dos teus,
até parece que uma voz do alem me diria que iria te ver,
a dor aumenta e o vinho acaba,
a morte é algo simples,
e a vida complica os fatos,
só fingi ser eu,
pois não quis te ver chorar,
resposta para a morte.