Não há pessoas por este caminho

Fico absorto em meus pensamentos
Resvalo manso às fendas da realidade
Nú, caminho pelas veredas ensombrecidas
Procuro pelo efêmero que se foi

Apago a viva lembrança
Removo as tintas que coloriam as paredes
Novos matizes se pronunciam
A inspiração se aproxima pelo amanhecer

Não há pessoas por este caminho
Só vagos espectros
Brilhos opacos do passado
Nesses ofegantes passos que me levam

Tudo em seu sentido exato
Meus pensamentos enfileirados
E eu sentado no banco daquela praça improvável
Observando os tons multicoloridos do entardecer