A DOR DA SOLIDÃO

    Hoje , o frio, nem a janela
    permitiu que eu abrisse.
    À noite, pijama de flanela;
    aquela lareira que aquece
    e, tranqüilo, leio um poema.
 
    De repente, saudade dela,
    sensação de vida vazia,
    um grito que o peito cala,
    sem música e sem poesia,
    uma dor que atinge a alma.
 
    Passo a madrugada acordado,
    o poema já não tem sentido
    para este louco abandonado,
    mas nunca, jamais arrependido
    de ter aberto seu coração.
 
    Agora, sinto o inverno cruel
    e ouvindo aquela nossa música,
    bebo o vinho com gosto de fel,
    pois a única realidade que fica
    é a presença da voraz solidão.
 
                        SP – 18/08/10
 
     
Fernando Alberto Couto
Enviado por Fernando Alberto Couto em 18/08/2010
Reeditado em 18/08/2010
Código do texto: T2445085
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