FERA SEM PRESA

O lusco nem se aproximava do fusco

Quando o gládio transfixou-lhe a alma

Incisivo como os caninos de um lobo

E abrasador com o sangue de lúcifer

Corta! Gritaria o diretor, regozijado

Mas nem se ouviu o retinir da caixa

Não despertou de seu pesadelo, sim...

A sangria saboreava aqueles lábios

Túrgidos e rijos tais as mãos insanas

E a festa? Quê é da folia vindoura?

Dos expostos de ontem, do porvir

Ultimou aqui toda a historíola

Ta certo, recolho-me eu, de novo

Vexado e silenciado, mero facínora

Juntar-me-ei aos expectadores

Até apontar-me os colmilhos

Para que possa me bambolear

E quiçá, áleo, conjurar por mim!

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V I S I T E