MARIPOSA

Na penumbra, sem medo, ela voa.

Batendo asas, acaricia a noite.

Sem Lua, sem bússola nem gps,

vai tateando o escuro.

Nem sabe onde chegar. Como nós.

A luz é o seu porto seguro ou incendiário.

Melhor o tempo de lagarta.

Ao menos não havia essa busca.

Era tudo perder a casca.

Como nós.

Claro ou escuro. Igual chopp.

Tem uma hora que a consciência

vai embora.

A vista azula. A luz anula.

E o anú à espreita.

Em desespero, ela mergulha em solidão.

Como nós.

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 20/09/2010
Código do texto: T2510192
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