Cordas tensas
Pilares partidos
Cemitério de barcos
Vidraças quebradas
Eis a vida sem eira nem beira
Luzes que não aplacam a noite
Estradas que não diminuem distancias
Beijos que não saciam desejos
Sonhos acorrentados na gruta funda
Eis a incompletude do amor  
Trilhos abandonados
Esperanças cobertas de mato
O trem que nunca vem
O amor que nunca vem
Eis o abismo da solidão
Portas arrancadas exalando silencio
Desterro das mãos que não se esquentam
Olhar que não mais vê
Páginas viradas
Eis o que restou de cada um de nós
A face dura da pedra
Sentimentos calcinados
Uma caixa de correio vazia
 Relâmpagos intermitentes na noite perversa
Eis o coração

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 23/11/2010
Reeditado em 23/11/2010
Código do texto: T2632747
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