VÔO SEM RUMO...
Queria ser uma ave...
E voar livremente...
Voar... voar... voar...
o mais alto que se possa imaginar...
Sem rumo agora estou...
minha asa se quebrou...
e não há onde eu possa pousar...
Avisto muitas coisas...
mas nenhuma me pertence...
procuro um abrigo...
mas o incerto me ronda...
Sinto cheiro de flor...
o que me é muito familiar...
Mas logo me dou conta
de que o jardim já tem dono
e de longe só posso observar...
Me afasto então...
e de estação em estação
não vejo o tempo passar...
Me ignoro... me transformo...
lanço vôo...
O colorido se afasta...
o sofrimento não disfarça
a angústia e a dor
de voar por todo lado...
e nem ao menos em um canto
encontrar-te me aguardando...