NÁUFRAGO
NÁUFRAGO
... mar bravio e inclemente...
Frenesi de espuma e areia...
Água salgada...
Lágrima também salgada,
misturando-se no quebrar das ondas
e retorcendo meu corpo,
no abraço insano das tuas vagas...
Ó corpo girante!... Afogado sem trégua!...
Ó mar revolto!... Errante!...
Remoinho raivoso que me domina!...
Que não me permite lutar.
Que não me permite saber,
Quê gotas fui? Em que pedras andei?
Em quais areias morri?...
Eu, que tinha tantos lugares a passar,
não entendo, o não mais poder caminhar...
Eu, que sabia tantos mares ainda a navegar,
me morro sem conseguir responder,
por quê, tanto medo pra sentir?...
Por quê, tanta espuma a me afogar?...