Digamos que falo de Madrid....
Lá onde se cruzam os caminhos
Onde o mar não se pode conceber
Onde regressa sempre o fugitivo
Digamos que falo de Madri.
Onde o desejo viaja em elevadores
Um buraco fica pra mim
Que me deixou a vida em seus recantos
Digamos que falo de Madri.
As meninas ja não querem ser princesas
E os meninos deram por perseguir
O mar dentro de um copo de ginebra
Digamos que falo de Madri.
Os passaros visitam o psiquiatra
As estrelas se esqueceram de sair
A morte passa em ambulâncias brancas
Digamos que falo de Madri.
O sol é uma estufa de butano
A vida um mêtro a ponto de partir
Há uma seringa no banheiro
Digamos que falo de Madri.
Quando a morte venha vizitar-me
Não me despertem, deixa-me dormir
Aqui eu vivi, aqui quero ficar
Digamos que falo de Madri.