Vazio
Não acredito mais nessas coisas do coração
São falhas, falsas e nos tiram toda a razão
Não posso mais acreditar em sentimentos
São frágeis, traiçoeiros, intensos tormentos
Foi à força que tirei do corpo a fé no amor
Vago, qual fantasma esquecido e cheio de dor
Profunda amargura e lágrimas enternecidas
No fundo da alma, calam-se, calmamente tecidas
São o que possuo nessa lúgrube existência vazia
Confesso que o azul oceano, com o canto das ondas serenas
Era o que queria, apenas, como sereno fui um dia
Mas olho para o céu que a tempestade devora
Rogo por perdão, suplico pela morte sem demora
Mas riem os deuses e se regozijam de escárnio voraz
Seguindo o féretro silencioso de emoções suicidas
Também silenciosas, também vazias, inutilmente vividas