Vazio

Não acredito mais nessas coisas do coração

São falhas, falsas e nos tiram toda a razão

Não posso mais acreditar em sentimentos

São frágeis, traiçoeiros, intensos tormentos

Foi à força que tirei do corpo a fé no amor

Vago, qual fantasma esquecido e cheio de dor

Profunda amargura e lágrimas enternecidas

No fundo da alma, calam-se, calmamente tecidas

São o que possuo nessa lúgrube existência vazia

Confesso que o azul oceano, com o canto das ondas serenas

Era o que queria, apenas, como sereno fui um dia

Mas olho para o céu que a tempestade devora

Rogo por perdão, suplico pela morte sem demora

Mas riem os deuses e se regozijam de escárnio voraz

Seguindo o féretro silencioso de emoções suicidas

Também silenciosas, também vazias, inutilmente vividas

Brandim
Enviado por Brandim em 30/03/2011
Código do texto: T2880442
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