Sem você e com adeus

Viver assim sem você

Pensar em você

E na sua indiferença, dói

Mas é uma dor silenciosa e estranha

Sem rangidos, sem gemidos

Repleta de farpas e facas que cortam

discretamente e miudamente

E precisamente algo que é precioso e simplesmente se

Esvai… escorre ralo abaixo como o suor que percorre as costas…

Consegue-se deixar de amar?

Apaga-se a luz do amor pela frieza e distância?

Quem saberá o que se tem à sombra,

durante o silêncio dos monges,

Ou da palavra entremeada

de dúvidas, agonias e tristezas.

Seja feliz.

É o que apenas desejo

Nunca precise de mim…

É o que também desejo.

Ficarás mais pobre, sem mãe.

Ficarás mais miserável…

Mas, talvez torne-se mais altiva, independente e

Quem sabe, mais responsável por si mesma…

Adeus.

Fecha-se então a pesada porta,

Coloca-se delicadamente o lacre no ferrolho

E sob o ritmo dos passos

Caminho para o patíbulo

Reta, impassível e digna

Como alguém que entrega

a própria alma à forca da exclusão.

Adeus minha querida filha.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 27/04/2011
Código do texto: T2935328
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