Sentimento Gótico.

A solidão devasta meu sertão.

A seca das árvores desabrocha em meu coração.

O sentimento gótico de que o mundo vive em um só.

Eu sou o próprio pó.

Eu sou a ruína do castelo do passarinheiro.

Eu sou o laço.

Eu sou o envolvido em viver em fórmicas mal resumidas.

Eu sou o choro ardente de um aço que corrói.

Eu sou heroína que atinge as minhas veias

E me traz uma substância de prazer instantâneo.

Eu me pergunto a hora

E me pergunto a data.

Eu me pergunto o peso

E também quanto dá pra pagar.

Eu não pago para ver, pois não tenho contrapesos.

Meus contracheques são que minha vida é um sopro.

Eu sou o louco e, ao mesmo tempo, sou o são.

Eu vivo na metamorfose. Eu vivo no êxtase.

Eu me drogo.

Droga!

Me drogo de beijos, de lábios pouco carnudos.

De abraços pouco envolventes.

Desenvolve o delinqüente retrocedente.

Que o mundo não tem mais beijos.

O mundo é um só.

O mundo é solitário.

O mundo é ordinário.

E eu sou louco e drogado.

Renato F Marques
Enviado por Renato F Marques em 12/06/2011
Código do texto: T3030218
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