S O L I D Ã O. . .

Nada há no meu mundo

a não ser um silêncio absurdo.

Devia era ter pena de mim mesmo.

Esta ausência jugula meu riso e meu corpo.

Estou a viver da energia estranha do fantasma

do amor que se ultimou...

Devia sentir pena de mim.

Meus dias morrem frios e sem brilho,

nascem insistentes e perecem idênticos.

A tristeza vicia; se torna a seiva das artérias.

A alegria é apenas um vulto na densa mata negra

de um tempo que se foi...

Amor é nuvem de lembrança

que passa toda noite pelo céu da vida.

Passa e suga uma parte de mim para os ares.

Nesse louco vai e vem toda noite morro um pouco.

E esta lágrima tola que teima em sair dos meus olhos

até que me esgote a alma...

O dia acabou de nascer,

mas para mim ainda é noite alta.

Meu momento teima em não abrolhar.

É como um inverno eterno e lobos famintos

a implorar por carne vermelha e abrigo abrasador

entre a alva neve da vida...

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 27/06/2011
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