Limite Vertical

Nada temo além da própria existência, do futuro e da sorte

Não me assustam os corredores vazios, nem mesmo ser infeliz

Não tenho medo do escuro, nem da solidão, muito menos da morte

Aterroriza-me a vida, labirinto constante, com suas armadilhas ardis

E a dor, que lhe segue inflexível, a tortura e a crueldade dela advindas

Nada me aborrece ou me abate, nem mesmo o frio ou dúvida

Apavora-me a separação, a perda, a batalha infinda

Apavora-me a negação, a mentira, a falta de compaixão

Nada me entristece ou enfraquece, nem mesmo a queda inconteste

Só mesmo essa angústia de estar na vida, indevida, incontida, dividida

Uma vida por Deus esquecida...

Por isso me lanço, sem questionamentos para outra dimensão

Verticalmente espero, o vento no rosto, nenhum sentimento

O limite é o espaço até o final, sem precisão, apenas um sinal

Nada temo, a não ser o som esperado de vidros, no chão despedaçados.

Brandim
Enviado por Brandim em 28/07/2011
Reeditado em 24/08/2011
Código do texto: T3123919
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