Sem surpresas... por favor

Não me chegue de surpresa, por favor

Avise quando vai chegar,

Tenho que me preparar, me aprontar,

Tenho que me desfazer, tenho

Que me refazer, tenho que jogar fora

Aquele sorriso esquálido, amarelo e doente,

Tenho que jogar fora aquela saudade

Que ainda não passou.

Tenho que apagar, e calmamente,

Aqueles pensamentos que insistem em voltar,

Que insistem em ficar.

Tenho que me desnudar de uma grande

Parte de mim, do que fui,

Ou do que, talvez, ainda sou.

Não me faça surpresa podes não me querer

Se me encontrares assim, dividido em mim.

Tenho que me lavar, tenho que procurar

Nos meus guardados aquele sorriso colorído

Que não sei onde guardei, se não encontra-lo

Ser livre para fazer outro. Tenho que reaver

A ansiedade de estar indo e a volupia

De te encontrar, tenho que gritar

Forte com a solidão, fazer-me superior,

Manda-la embora. Tenho até que chorar

Algumas lágrimas tristes, para que

Só as lágrimas alegres possam te encontrar.

Não me faça surpresa, por favor me avise

Quando vai chegar, tenho ainda que encontar

Aquele brilho no olhar para que meus olhos

Alegres te dêm boas vindas. tenho que reaprender

Levantar os braços e abraçar outra vez,

Tenho que limpar os lábios de tantas injúrias

Para poder te beijar e... se me sentires desajeitado

Desculpa, tem calma, é que já faz tanto tempo,

Que beijar é um sonho, como é um sonho estar contigo.

Por favor não me faça surpresa,

Me avise quando vai chegar,

Mas se não fores chegar... não diga nada

Deixe que continue sonhando.

jose joao da cruz filho
Enviado por jose joao da cruz filho em 20/08/2011
Reeditado em 20/08/2011
Código do texto: T3171138