A eternidade dos espinhos

Levadas por tempestades de dores nascidas

Ou parídas, sem parto, sem sonhos, sem cor,

Quem dera tudo fosse sempre tão bonito

Na ternura de cores singelas, cor de amor

Com o frescor da alvura do lirio no campo nascido.

Ah! Quem dera ser toda beleza eterna!

A brisa cantando valsas desconhecidas

Embalando folhas, flores e sonhos,

Gorjeios em sinfonias desencontradas,

Em sons graves, agudos, mágicos

Como se todos os belos sons do universo

Nascessem de uma orquestra divina!

A beleza do mar cativo deitado na areia

Sussurrando versos que não se sabe onde aprendeu

O nascer do sol, lá no fim dos olhos, brincando de criança.

Quanta beleza! Cada dia um por do sol diferente,

E ele falando sorrindo: Amanhã vou voltar.

Mas que vida e que mundo! Quantas contradições!

Porque têm que existir a solidão? A dor? A saudade?

Mas já que existem por que não são passageiras?

Muitas vezes são eternas dentro da gente.

Sempre penso a vida igual a uma roseira

Como se a flor fosse o amor, a dor os espinhos,

As flores precocemente murcham, secam e caem

Mas os espinhos? Esses parecem não morrer nunca.

jose joao da cruz filho
Enviado por jose joao da cruz filho em 21/08/2011
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