Sombra perdida

São cantos perdidos num pálido pensamento

Que voa perdido sem saber onde vai,

São mãos que tremem nas poucas palavras

Que tenta escrever, e a angustia

De um silêncio que mais que calado

Se faz de sutíl por ânsia ou prazer.

O tempo pára como sombra perdida

De uma luz que se perde e não sabe brilhar.

As palavras que devem ser ditas?

Talvez se confundam e nem possam dizer,

Mas se ditas elas foram, haverão mais perguntas

Como se o acaso não quizesse entender.

As sombras, furtivas, procuram caminhos,

Cortam estradas já tão percorridas,

Já tão conhecidas por passos marcados

Que juntos faziam um só passear.

As palavras? Perdidas num eco

Que louco corria procurando voltar,

Mas as sombras furtivas lhe fazia apagar.

São momentos perdidos que por mais que se queira

Insistem em ficar. O silêncio mata outra vez

As doces palavras que alguém, bem distante

Queria falar, calado se põe,

Se nega até mesmo ousar pensar

Num vazio distante, um olhar mais vazio

Se pões a vagar procurando ver

O que não pode escutar.

jose joao da cruz filho
Enviado por jose joao da cruz filho em 26/08/2011
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