Sofrer não é difícil, difícil é ...

Oh! Louco destino e cruel verdugo

Que à alma engana como se criança fosse

Deixa que viva meus tristes amanhãs

Não me enganes com falsas promessas vãs

Desde muito sozinho vivo e não pedi,

Se há de assim ser, que seja, nao importa

Se meus prantos chorados por tanta dor

Caem no mundo, devassos, sem nenhum pudor

Por que brincaste comigo? Com meu pensar?

Dando esperanças me propondo um novo amar?

Se de mim tu zombas, se brincas com meu chorar

Já não me importo e sozinho posso esperar

A solidão que, quando pouco, me faz pensar

Ou reaver sonhos perdidos que já sonhei

E me proponho em nunca mais confiar

Em ti, falso destino, matreiro em me enganar

Sofrer? Que importa? De menos sei que ele é,

Difícil é sofrer sem no peito guardar rancor,

Difícil é sofrer calado sem blasfemar.

Difícil, destino, é sofrer sem poder gritar

Se está escrito, por mão da sorte, que devo ser

Sozinho e triste por não merecer nenhum querer

Não vou dizer que de bom grado posso aceitar

Mas também tua complacência não vou implorar

Que seja assim, como queres, como há de ser

Até já disse do que preciso para poder viver

Das emoções amigas que sempre comigo estão

Fiéis a mim, minha tristeza e a solidão

Se pensas, destino, que tua força me dobrará,

Se pensas castigo deixar tristeza e solidão,

Esquecido estás das dores que já sofri.

Ah! Bobo destino, tua inocência só me faz rir

jose joao da cruz filho
Enviado por jose joao da cruz filho em 30/08/2011
Reeditado em 31/08/2011
Código do texto: T3190854