SOLIDÃO

É madrugada fria e eu acordada ainda,

lá fora o vento soa em agonia,

parece açoitar a noite que não finda.

Ouço barulhos que me atordoam,

mas não consigo saber de onde vêm

e insistente, meus pensamentos povoam.

Não quero sentir medo, mas não consigo.

É mais forte que eu, então invento

personagens que fiquem comigo.

Nesta brincadeira teatral

o medo de repente se vai

e eu esqueço de tudo que é real.

O frio gélido se faz sentir nas entranhas

e sob cobertas meu corpo se esconde.

O tempo passa e ainda e sinto estranha.

Minhas companhias se diluem no espaço

e meu pensamento procura um jeito

de guardar tudo numa caixa e prender com laço.

A madrugada gelada vai embora

e dá lugar ao clarão do dia que chega.

Preciso logo saiar pra fora.

Triste momentos noturnos

onde a solidão fere como lamina

e decora alma com ar taciturno.

O Sol raiou, é um novo dia,

melhor me preparar para madrugada,

mas está já não será tão sombria.

Lucia Liz
Enviado por Lucia Liz em 04/09/2011
Código do texto: T3200603