Não sei ser poeta

Queria ser poeta, saber escrever versos bonitos.

Saber falar da beleza dos raios de luar

Deitados na praia beijando ternamente a areia.

Saber falar do por do sol, da saudade melancólica

Que vai aumentando enquanto ele vai lentamente

Se escondendo no horizonte entre cores

Que nenhum homem ousou ou imaginaria criar.

Á! Se eu soubesse ser poeta? Falaria

Da beleza das flores, da inocência dos lírios,

Entenderia o cantar terno da brisa ninando

Os miosótis, os jasmins, as dálias, as rosas...

Porquê não nasci poeta para saber falar das belezas?!!

Falar dos pequeninos, belos e irriquietos passarinhos

Cantando lindas sinfonias em notas que ninguém conhece.

Se eu fosse poeta saberia ouvir o canto do vento

Fazendo o mar valsar com suas ondas brancas,

Leves, soltas, como criança brincando na praia.

Se eu fosse poeta saberia falar do amor

De sua beleza terna, doce, envolvente e cheia de vida,

Dos namorados apaixonados trocando beijos

Na sombra de um flamboyant tão risonho de florido.

Saberia escrever versos apaixonados. Parar o tempo

Eternizando momentos de paixão, de entrega

Como a emoção e a beleza do primeiro beijo.

Mas não sou poeta, e triste reconheço isso,

Nunca serei poeta, sou apenas um sonhador

Que sente saudade dos próprios sonhos

Até dos sonhos que, infelizmente, nunca sonhou,

Sou aquele que faz versos tristes por não ser poeta

Que escreve lágrimas tristemente caídas no tempo

Sou quem o mundo fez andarilho... assim como o vento.

jose joao da cruz filho
Enviado por jose joao da cruz filho em 06/09/2011
Código do texto: T3204126