Meu pecado

Pobre e gentil alma que calada chora

Um pranto triste em sutis soluços

Por sonhos que no tempo foram perdidos

Ou que pela angustia foram assim vencidos

Calado o canto por ser maior o pranto

Da saudade sentida pelos tantos encantos

Encantos que em agonia lenta faleceram

E eram bem mais que muitos por serem tantos

Dos tantos e tantos sonhos em vão sonhados

À alma coitada, um só, a ela não restou

Até a saudade que lhe embalava aflita

Se foi com o sonho e não mais voltou

Que triste agonia de vida vivida sozinha

Pois nem o eco, dos soluços, lhe voltou

Silêncio perene de um mundo já esquecido

Morto no tempo e no mesmo tempo perdido

Tão só que o tempo lhe perdeu o sentido

Que pensa de ontem as dores sentidas

E até custa a crer que essa dor de agora

Por ela, há muito, já foram vividas.

Triste silêncio nos olhos opacos, sem brilho

Quando um pranto teimoso se recusa chorar

Brilhantes se tornam se as lágrimas vêm

Mesmo que a alma se sinta, coitada, ninguém

Docemente ao vazio minha alma cativa se torna

Faz dele o seu mundo e já nem se importa

Pois só ele, o vazio, lhe ficou como abrigo

É só o que tem, por destino ou... por castigo.

jose joao da cruz filho
Enviado por jose joao da cruz filho em 14/11/2011
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