Da solidão

Você tirou o meu céu, me deixou sem horizontes,

Sem estradas para seguir os sonhos que sonhei.

Apagou os rastros que deixei para poder voltar,

Calcou em minha face solidas marcas de tristeza

Que se fizeram caminhos de lágrimas em meu rosto,

Como se fossem, nos traços finos da tristeza, fontes

A jorrar tormentosas tempestades de prantos.

Ah! Esses meus olhos, agora brilhantes e tristes!

Esses meus olhos que me deixam calmamente

A alma vadiar no vazio denso e amorfo de um tempo

Disforme pela tão intensa densidade da solidão

Que me sangra a carne, me fere o peito e grita

Que de dentro de mim, ela tomará conta de mim.

Como se eu agora fosse apenas... dela.

Desesperado corro entre meus sonhos e desejos,

Corro entre minhas vontades que se foram

Quando se foram também meus horizontes,

Corro atras do vento que levou minhas palavras,

Corro atras do tempo que levou meus trinta anos

Corro atras de mim que já nem sei quem sou

Corro... como se a solidão não estivesse onde estou.

jose joao da cruz filho
Enviado por jose joao da cruz filho em 06/12/2011
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